Historia da Ganda.

Historia do Município

O nome Ganda e originário de Nganda (língua umbundo), nome dado a duas grandes pedras denominada Nganda Lakawe e que tiveram um grande significado para os primeiros povo que abitaram a região. Os ascendente de Nganda são natural de Ngola-Luanda, que saindo das suas terra se fixaram durante algum tempo na região hoje ocupado pelos Bailondos. Uma parte desse povo não gostou da terra por não ter bons pastos e decidiram fundar a Embala do Huambo, sub comando do soba Huambo Kalunga. Outro grupo funda a Libatas mais a sul, num local que se destinguia por possuir duas grandes pedras, a que chamaram de Nganda Lakawe. Entre 1906 e 1908, os portugueses chegaram a esta região e, na altura, perguntaram aos povos que ali encontraram como se denominavam dendo este respondido que se chama Nganda. Assim foi nome Nganda registado e oficializado com a chegada dos portugueses a região da (Chikuma).

OS PRIMEIROS HABITANTES

São do grupo etnolinguistico humbundo, do subgrupos Vanganda e Vahanha, que derivaram da extensão de Kakya, que se foi instuido no outro pequeno estados como.

Período Colonial

Os primeiros colonos pretendiam instalar-se na localidade actualmente designada por Ganda, mas encontraram grandes barreiras na actual comuna do Catengue, impostas pelo Soba Mavango que ali reinava. Segundo descrição lendária, o Soba Mavango encobriu o território num manto místico (Etambo), que ludibriava todo aquele que se aproximasse da embala com tendência de fazer o mal, permitindo-lhe assim o controlo das fronteiras do Reino e impedir a penetração europeia. Na luta pela sucessão, Matias Tchivole, filho do Soba Mavango, incendiou o Etambo e pediu apoio aos portugueses para o legitimarem. Estes tinham a sua sede administrativa na região do Songe, actual fazenda de Utatala no Município do Cubal, onde se haviam instalado na região do Cubal (Hanha). No entanto, osVakambangula, Kambulu e o seu escrivão Kuimbala, a elaborarem uma carta anónima referindo todas as astúcias e males que se registavam na região sob o mando do Administrador do Concelho. Esta carta foi dirigida ao Governador-geral de Angola, sem cópia ao Governador do Distrito de Benguela. Após este ter acusado a recepção e ter constatado que a mesma não tinha sido dada a conhecer ao Governador do Distrito, enviou a carta para Benguela. Dias depois, o Soba Tchilandala e dois sekulu foram chamados, tendo sido presos em Benguela e o Soba enviado para uma cadeia em Luanda, onde cumpriu dois anos de prisão entre 1920 e 1922. A partir do ano de 1922 foi construída a Administração do Concelho da Ganda. Em 1934, foi instituído o Concelho Administrativo da Ganda, com os Postos Administrativos da Ebanga, Chicuma, Babaera, Cubal, Tchindjendje e Tchilata. Estes eram constituídos por Ombalas e estas, por sua vez, por Kimbos. Este Concelho A Ganda foi o berço da torrefacção e lotação do café feito pela cooperativa agro-pecuária da Ganda. No mesmo ano, a Fazenda Prazeres situada na Comuna da Babaera, produzia vinhos, sumos e concentrados de frutas e a TALIM produzia conservas de hortofrutícolas. De referência também a actividade de investigação levada a cabo pelo Instituto de Investigação Veterinária de Angola (IIVA) no melhoramento de raças de gado bovino e suíno, a nível local.

O Período Pós Independência

Após a independência, o Concelho Administrativo passou a ser denominado Município. O Cubal e o Tchindjendje foram desanexados da Ganda, passando à categoria de Municípios. Os postos Administrativos passaram à categoria de Comunas e o Município da Ganda passou a incluir as atuais comunas da Ebanga, Chicuma, Babaera e Casseque. Em relação à presença de partidos políticos no município, o primeiro a instalar-se foi o MPLA, em 22 de Junho de 1974, seguindo-se a Unita a 16 de Agosto e a FNLA em Setembro do mesmo ano. Em 1978, surge o primeiro conflito armado na Comuna da Ebanga tendo as pessoas fugido para as plantações da Ganda (localidade) sob controlo do então Comissário Municipal. Os conflitos começaram entre os partidos políticos, quando a UNITA combate a FNLA e a empurra para o Zaire. Permanecem apenas a UNITA e o Governo. A UNITA instala-se então nas matas da Chicuma, Ebanga e Chimboa, ficando o Governo na cidade. Em 1981, os conflitos alargaram-se a toda a extensão do município. Em Setembro de 1992, realizaram-se as primeiras eleições gerais de Angola e, em Outubro do mesmo ano, recomeçou o conflito armado com grande intensidade, ficando o Município da Ganda ocupado pela UNITA durante 10 meses. Nesta altura, ninguém se podia deslocar terapeuta Abel Ferreira António de Sousa. É de destacar igualmente que a partir de 1974 e até ao momento atual, o município foi governado por onze dirigentes.

Os grupos etnoliguisticos

Segundo os habitantes conhecedores da história do Município, o actual território da Ganda era antes ocupado pelos Ovandombe; em 1848 passa a ser ocupado pelos povos vindos da Embala de Nganda Lakawe, chefiados pelo Soba Kalandul. Em 1848, instalaram-se os primeiros moradores na actual Missão do Ndunde, anteriormente denominada Sessembo, após a saída da Embala de Nganda Lakawe. O seu sobado chamava-se Umata. Este era constituído por grupos de 10 pessoas, dos quais um era o chefe e se designava por “Sekulu”, tendo mais tarde passado a chamar-se “Ndalisesa”. Tem-se conhecimento que os primeiros grupos étnicos existentes na Ganda foram: Vandombe, que se instalaram nas localidades de Luwe, Lukwakwa e Indongo ; Vanganda, que se portugueses recusaram a proposta e sugeriram que pedisse a legitimidade popular. Por esta razão, Tchivole foi considerado um “vende- pátria”. Finalmente, em 1902, os portugueses conseguem penetrar no território de Tchivanda, pois as superstições que cobriam a região deixaram de existir depois da queima do Etambo. Em 13 de Setembro de 1913 a circunscrição civil da Catumbela passou a ter a sua sede na Povoação da Ganda, como consequência da construção do Caminho-de-Ferro de Benguela. Matias Tchivole (o traidor), mesmo sem o apoio do povo, continuou com uma atitude de apoio à pretensão colonial de colocar na liderança das comunidades aqueles que se mostrassem assimilados. Os portugueses orientaram Tchivole a juntar a gente da região na Sede Administrativa do Songe. Colocaram-no então frente a frente com outro irmão e pediram à multidão para que cada um se colocasse no lado de quem achasse mais digno de assumir o poder da região. Desta disputa saiu vencedor Vombola, o outro candidato, que à semelhança de seu pai Mavango, recusava submeter-se aos portugueses. Por esta razão, Vombola não ia à sede colonial no Songe e, em 1910, é preso em Caconda, ficando o seu filho Tchilandala a interinar. Como referido anteriormente, apenas entre 1906 e 1908 os portugueses começaram a instalar-se na Ganda, inicialmente na Chicuma, entrando pelos actuais Municípios de Caconda e Caluquembe. Entre os primeiros colonos vieram pessoas marcantes como a senhora Urbana Gouveia Mendes, que ousou chamar-se de “suku ya kãe” (deus das mulheres), António José Correia e António Álvaro de Oliveira. No ano de 1920, o Soba Tchilandala começou a constatar o crescente número de homens a serem deportados para o contrato e as suas mulheres e filhos a serem utilizados em trabalhos forçados da estrada. Nesta altura já havia a exigência do pagamento de impostos: inicialmente dois ovos ou duas bolas de cera. O Soba, insatisfeito com esta situação, convocou e orientou todos os seus Sekulu, incluindo Vakambangula, Kambulu e o seu escrivão Kuimbala, a elaborarem uma carta anónima referindo todas as astúcias e males que se registavam na região sob o mando do Administrador do Concelho. Esta carta foi dirigida ao Governador-geral de Angola, sem cópia ao Governador do Distrito de Benguela. Após este ter acusado a recepção e ter constatado que a mesma não tinha sido dada a conhecer ao Governador do Distrito, enviou a carta para Benguela. Dias depois, o Soba Tchilandala e dois sekulu foram chamados, tendo sido presos em Benguela e o Soba enviado para uma cadeia em Luanda, onde cumpriu dois anos de prisão entre 1920 e 1922. A partir do ano de 1922 foi construída a Administração do Concelho da Ganda. Em 1934, foi instituído o Concelho Administrativo da Ganda, com os Postos Administrativos da Ebanga, Chicuma, Babaera, Cubal, Tchindjendje e Tchilata. Estes eram constituídos por Ombalas e estas, por sua vez, por Kimbos. Este Concelho Perfil do Município da Ganda, 2010 11

Elevação à categoria de Cidade

Em 24 de Junho de 1969, foi comemorado o primeiro aniversário da criação da Cidade da Ganda “Unganda Okukanda”, que desde 1923 era considerada vila e se denominava Mariano Machado. A sua imagem de marca era o arruamento principal bem delineado. Do ponto de vista social, em 1941 surgiu o primeiro Clube Recreativo da Ganda e em 1964 aparecem as primeiras escolas para adultos e crianças, que foram construídas nas localidades do Indongo e Lukwakwa. Ainda durante o período colonial, foi construído um Hospital Municipal e vários postos de saúde, que se encontravam principalmente nas fazendas. Os médicos eram estrangeiros, merecendo algum destaque o Dr. Gomes Pinto pela quantidade de consultas hospitalares e operações realizadas nos postos de saúde que funcionavam na altura. Nessa altura, já havia enfermeiros angolanos. No aspecto económico, a Ganda já registava um certo desenvolvimento económico, tendo em conta as indústrias que se tinham instalado, os estabelecimentos comerciais existentes e as fazendas que já estavam a produzir. A principal fonte económica era a companhia de Celulose e Papel de Angola, antes chamada “Companhia de Celulose do Ultramar Português, SARL”. Mas foi precisamente no ano de 1973, que o sector económico se fortificou com a actividade industrial transformadora de salsicharia e conserva de frutas da Sociedade Agro-Pecuária do Buçaco. para outras localidades. Em 15 de Agosto de 1993, o Governo retoma o Município, mas a população continuou concentrada na sede e cada Administrador comunal apoiava a sua população juntamente com os respectivos Sobas. Apesar do conflito armado que assolou o município, no período pós independência e após a realização das eleições, os sistemas de educação e saúde continuaram a funcionar, embora de forma muito precária e restrita à sede do município. Por causa do conflito, as populações ficaram sem os seus bens, obrigando algumas a refugiarem-se em municípios vizinhos. Nesta altura, surgem no município organizações não- governamentais de ajuda humanitária (Cruz Vermelha, CRS, Acção contra a Fome, ADRA e OXFAM), para dar apoio às populações. As igrejas tiveram igualmente um papel muito preponderante na ajuda humanitária. Com a guerra, todas as fábricas foram destruídas, o gado bovino roubado, a população, concentrada na sede do município, não conseguia cultivar as terras que ficavam distantes. E para agravar a situação, em 1978- 1979 houve uma grande seca, o que aumentou o sofrimento das populações. Dos quatro Bancos que funcionavam na era colonial, apenas o Banco Nacional se manteve após a independência. Neste período foram criadas as Lojas do Povo e as Associações de Camponeses, seguindo o exemplo dos kolkhoz e sovkhov soviéticos, no quadro da política de colectivização.Com o advento da Paz, a Administração do Estado foi estendida a toda extensão do território do município e a maioria da população regressou às suas terras de origem. O panorama do município começou a mudar, com a reabertura das estradas, reabilitação e construções de pontes e pontecos, melhorias na prestação de serviços às populações, reactivação do desenvolvimento económico com o aumento da produção, abertura de instituições bancárias e comerciais. No Município da Ganda nasceram e criaram-se entidades de vulto pelo contributo que deram para o bem dos munícipes, como o escritor e historiador Raul David e o médico ervanário